quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

os ditosos ares da lusitania

Pois entonces que, por uma questao de logistica de passagens aéreas, acabei concertando passar o carnaval em terra brasilis, do lado de baixo do equador, onde nao existe pecado, na esperança de matar a gringaiada de inveja com o tom de pele dourado-laranja-verão tropical. Em São paulo chove a cântaros, crio fungos nas canelas , molho os sapatos e nao há mais blusas de frio disponiveis... alegria? Sim, de ver os amigos que andam por aqui e que são doces, mas nao sao de açúcar! (ok, momento piegas)

Eu voei de TAP. o voo da TAP e a sua larga escala em Lisboa me forçaram uma experiencia na lusitania, que merece um espaço no ovo-frito-e-champanhe. Quer coisa mais ovo frito e champanhe que horas no aeroporto de Lisboa?

Num tal que cheguei as 8 da manhã no Aeroporto da Portela (acabo de me inteirar. O aeroporto do Rio devia se chamar Aeroporto da Mangueira). Até as 14h30, quando da partida do meu voo, fiz muitas coisas uteis:
1. cochilar no banco da sala de espera, do lado da barraquinha de chilli beans. Quando eu levantei, os atendentes me deram bom-dia.
2. ensaio fotográfico do aeroporto de lisboa. Tinha um grande cofrinho pras pessoas fazerem doações ao UNICEF. Dentro e só tinha REAIS! E a foto do cartaz do cofrinho, tinha uma menininha negra q tinha uma enorme mosca na bochecha, á guisa de pinta.
3. caminhadas pelo aeroporto. A pracinha de restaurantes, cheia de azulejinhos e nomes de escritores era super fofa. Da pontezinha q dava acesso a essa pracinha, dava pra ver vaaarias muçulmanas sendo revistadas...
4. mais caminhadas no aeroporto. Olhar aviao taxiando é muito deprimente. Ainda mais quando faltam 4 horas pro seu sair...

Polianicamente, aprendi muitas utilidades em portugal, e com os filminhos legendados pela tap!

que a publicidade portuguesa nao superou as riminhas infames...











Que voce deve dizer "estou" quando atende o telefone!
Que café com leite é "garoto"
E que os gerundios em portugal nao existem, simplesmente porque os telemarquetings do brasil ficaram com todos!

reflexao do dia: pastel de belém nao traz a felicidade, mas sim o pao de queijo e as carolinas!

Era uma casa portuguesa com certeeezaaaaaa

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Magia e Sedução


Deu para perceber que Bruno é magia e sedução?

VEJA Bruno

Bruno deu uma entrevista exclusiva à revista Veja. Já adianto minhas conclusões sobre a entrevista: amei a coragem para dar a entrevista; odiei o alucinógeno que ele tomou antes de conceder a mesma.

Vamos aos melhores momentos, Brasil:

MOMENT I

" Não vou ser hipócrita: é claro que o dinheiro ajudou. Gay rico, no Brasil, é mais bem-aceito. Se eu não tivesse essa estrutura, teria virado, como dizem, 'aquela bicha pobre'.

Dúvida sincera: se Bruno tivesse nascido na ZL estaria no programa da Márcia reclamando que mamãe queimou todos os seus paetês ?


MOMENT II


Já sobre as Paradas do Orgulho do Rio e de São Paulo Bruno Chateaubriand é enfático: "Acho que eles têm dois problemas. O primeiro é que são caricatos: fazem pensar que todo gay é exibicionista e vive em clima de boate."

Pára-Tudo, Márcia!


Bruno realmente te faz refletir e rever os conceitos do que é caricato,não é mesmo, minha gente?


DICA DA TIA BASINGER


Curte Metáforas?!


segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Bus Session

Ao contrário do que parece, não tenho a intenção de discorrer sobre qualquer forma de transporte coletivo. O título serve apenas para ambientar esta pouco comentada figura do folclore urbano, à qual dedico estas provavelmente primeiras considerações. Não importa se no compulsório coletivo metropolitano ou se no falso conforto de um ônibus-leito; ele não está na boca do povo, mas todo mundo já o ouviu pelo menos uma vez - o sujeito assoviandinho. Repito: ouviu, porque ninguém jamais o viu. Por mais que se olhe freneticamente em todas as direções, ele nunca é identificado. Não está entre os passageiros, não é o cobrador e tampouco o motorista, mas é certo que está entre nós. Neste momento, escrevo em sua presença; e pela frequência dos meus contatos com a entidade posso descrever as suas aparições.

Ele chega num ônibus silencioso pegando-me desprevenida do meu mp3. Seu assovio débil é produzido pela passagem do ar entre a língua e os dentes, e não pelos lábios em forma de biquinho (sssss, e não fffff), e embora fraco alcança o ônibus de ponta a ponta. Sua melodia não se parece com nada conhecido, e às vezes nem parece uma melodia - ele improvisa, como um jazzista.

Ele é capaz de assoviar ininterruptamente durante todo o caminho, ou toda a viagem, o que me leva a crer que ele não é humano. Todos, sem excessão, fingem ignorar a sua presença, e o silêncio se intensifica. Talvez tremam por dentro certos de que se trata de um exu zombeteiro. Mas a verdade é que eu nunca vi ninguém mencionar ou comentar a presença do sujeito assoviandinho, ainda que o incômodo causado seja inegável.

Eu imagino o que aconteceria se eu de repente dissesse ao estranho ao lado: "Nossa, mas quem será que tá assoviando??" Me pergunto se eu causaria pânico geral, se uma fenda se abriria no espaço-tempo, se eu seria linchada pela multidão enfurecida ou se o exu me puniria amarrando a minha boca. Não quero desafiar o instinto coletivo e por isso corroboro com a espiral do silêncio. E finjo assistir com apatia a TV do ônibus.

Mas que fique registrado aqui o meu testemunho.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Luís Vitão

Daí que as pessoas normais todas têm que comer, né. Aliás, até as anormais comem. E para poder comer, tem que comprar comida, que pode ser adquirida em suas mais diversas formas, estados e maneiras. Compra-se a comida no restaurante, no empório, no mercado, na quitanda... E, lógico, na feira. Considero a feira livre uma das grandes alegrias urbanas. Quer coisa mais gostosa que aquela galera gritando o preço da batata a plenos pulmões, as velhinhas mal humoradas se queixando da qualidade dos tomates, o colorido hortifruti, tudo pontuado pelo maravilhoso cheiro de chicória murcha semi-podre? Bem, quero crer que todo mundo conhece feira, então pouparei este texto de maiores e mais detalhadas explicações, já que em essência, são todas iguais.

Pois bem. Eu, pessoa normal que sou, também preciso comer. E para comer, compro comida. E compro comida na feira. Eis que dias atrás, fui às compras acompanhada de alguns amigos a fim de abastecer a despensa. Seria uma feira igual a todas as outras, não fosse por um detalhe de singeleza ímpar: era situada nos Jardins.

Até aí, que mal tem, né? A classe alta paulistana também enche a pança, e pra encher a pança tem que comprar comida, blá, blá, blá... Pois bem. Passeávamos então, em busca de nossos suprimentos e observávamos a fauna local entre uma bisbilhotada e outra nas hortaliças. Entre uns e outros, os transeuntes eram compostos de alguns tipos: pessoas mais ou menos como nós, mulheres e homens de meia idade, madames com cachorrinhos, madames acompanhadas de suas pacientes empregadas domésticas, velhinhas anunciando suas carteiras e óculos de grife... e pronto, o conceito-feira já havia sido completamente maculado, e é justamente esse o problema!

Não sei se acho que o paradoxo é divertido ou idiota. Sei que ao invés de ver crianças choronas comedoras de pastel e velhinhas pechinchadoras, assisti uma senhora bronzeada e botocada, dessas que desejam ter 18 aninhos pra sempre, ser humilhadinha ao ver seu Lulu barulhento chamado de quati feio (ou qualquer coisa que o valha) por um feirante divertido. Havia também duas velhinhas, uma mais velha e uma menos velha, andando de passinho difícil sob o sol escaldante, abrindo suas carteiras Louis Vuitton e ajeitando seus enormes óculos Chanel. Gentê. Chanel na feira? Me poupem vá. Quando muito, quero ver um vendedor de bugigangas anunciando suas bolsas made in Paraguai e berrando distintamente "Olha a bolsa Luís Vitão".

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

FASHION FREAK SHOW RIO


Pois é Brasil, os próprios membros do blog são a personoficação do Ovo Frito com Champagne. Num dia estou fazendo check-in no aeroporto e super circulando na ponte aérea RIO-SP-RIO; noutro estou meia-noite no Terminal Rodoviário Barra Fundo com destino certo: cidade de vovó, Macaubal. A vida gira,gira,giraaa como diria minha amada e amiga Leila Lopes.

Mas estou aqui para compartilhar com meus amiguinhos minhas experiências pessoais com a alta sociedade carioca; tudo isso com muito banheiro químico, brindes de plástico e prosecco barato.

Capítulo I - Vera Loyola - O Retorno da Múmia



Vera é Fashion.

Mal tinha chegado à Marina da Glória, local do Fashion Rio, e trombo com ninguém mais, ninguém menos que Vera Loyola. O destino é sábio e fez com que Vera desejasse entrar num espaço privado gerenciado por mim. Vera não tinha convite, mas tinha um fã e admirador que a salvou da humilhação dos seguranças mal encarados vindos de Niterói: EU, humildemente resgatei Vera. Hoje somos amigos de infância. Só fiquei assustado com a quantidade de base usada em suas faces; inicialmente pensei que era uma múmia fujitiva com a peruca da Hebe. Só depois de ativar meu olhar de lince reconheci minha amiga.


Capítulo II - Adriana querendo fazer B0mbom

Quem vê esse sorriso nem imagina que artista faz xixi e popô,né?



E lá foi Adriana Bombom correr atrás do seu...No Fashion Rio formam-se manadas de artistas, modelos,manequins e seus respectivos assessores. De hora em hora, eu era chamado para permitir a entrada da empregada do Ferraço na novela das 8, a ajudante da Dona Neuta da famigerada América e blá blá whiskas sachê. Até aí nenhuma surpresa; era a diversão do dia barrar as ESTRELAS de Malhação. Confesso que era um regozijo diário e delicioso. Mas eis que Bombom nasceu para me oferecer mais prazer e lascívia. Era final de noite, o sol estava se pondo na baia de Guanabara, um lindo arco-íris prometia uma noite intensa e cheia de acefálos para mim....Adriana Bombom e sua assessora surgem inesperadamente e desvairadas na porta do estande.

Adriana só geme e cruza as pernas. È a assessora que precisa fazer o trabalho surjo e árduo: pedir um favor.

-Boa Noite, Bombom precisa de um TOÁLETI (reproduzindo foneticamente as palavras da assessora)

-Não temos banheiro no espaço.

- O que é aquilo no fundo, cara? - disse rispidamente a assessora vislumbrando seu fracasso e minha má vontade.

-Uma redação onde jornalistas trabalham.

-Onde tem banheiro?

(Sim, Adriana, com o passar do tempo aumentou seus gemidos e seus pés tremiam em plataformas gigantes)

-Há os banheiros químicos do evento. Boa sorte.

Resignada, assessora e artista partem.E eu gozo.

Capítulo III - Carla Diaz em seu papel mais dramático: mendiga.

Os artistas mirins tem uma versão MONSTRA DO PADÊ para o papel de assessora e empresária: suas mães. E foi uma dessas a responsável por Carla Diaz interpretar seu papel mais dramático na vida real, meu povo. Ela cresceu, através de saltos incríveis, mas sua mãe não a abandonou. E a mãe implacável e ainda com seu espiríto de Ilha do Governador/Niterói pede para a filha: pega um brinde naquele estande pra mamãe.

E eis que a partir desse ponto tive o prazer de contranecenar com um clássico de atriz mirim, Carla Diaz:

-Oi, moço.

-Oi.

-Você tem aquele brinde?

-Que brinde?

-Aquela bolsa de plástico whiskas sachê e blá blá blá

-Tenho.

-Ai, eu quero uma. (Nesse momento, pobre Carlinha, encarna uma lolita sensual em busca da polsa de pvc prateada. Eu choro por dentro).

Eu sou puro e jamais teria coragem de magoar uma atriz mirim. Eu dei a bolsa, a mãe ficou feliz e eu com pena da Lolita-Mendiga.

Beijos. Não me liguem até domingo.



segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

E segue o freak show!

E continuam os sinais do Apocalipse! Notados principalmente... bom, notados em qualquer lugar em que você estiver, já que, se o mundo for acabar, Deus não vai salvar, por exemplo, a Mooca por achar que lá é um lugar simpático.

Mas paremos com a análise comportamental divina e sigamos aos fatos: sábado, lá pela uma da tarde, resolvemos (eu, colaboradores deste blog e agregados) ir ao supermercado fazer compras para um agradável almoço desses de cozinha coletiva, cujo processo já é em si uma diversão e cuja garrafa de vinho para cozinhar o arroz do risoto acaba no estômago da patota assim que se resolve que o arroz já está bêbado.

Saímos e tomamos a direção do Pão de Açúcar da Alameda Santos, que lá é lugar de gente feliz. Ao cruzarmos a Paulista, começam os sinais da manifestação da fúria de Alá: já no semáforo de pedestre vemos uma senhora levando ao ombro um papagaio, que tinha o pé preso por uma correntinha para não voar e ir papagaiar as intimidades da senhorinha por aí, que é coisa feia até para papagaio de gente desocupada.

Sabe, isso é coisa que você pára, olha, estranha, olha de novo para conferir se você ainda não está bêbado e segue fingindo que não é com você, afinal é a Paulista. O problema é que a Senhorinha do papagaio tinha uma seguidora! E a fan da dona do Psitaciforme (perdoem o linguajar mais científico, mas quero pedantar também) ia doida atrás dela, berrando na calçada do Conjunto Nacional “Que papagaio lindo! Posso pegar! Posso pegar! Ele fala?” e por aí vai. Claro que nesta hora você (e o resto da avenida) se afasta daquilo o mais rápido que consegue, afinal, você mal acordou e ainda tem medo das coisas que seu cérebro pode criar.

Passado o trauma, seguimos até o mercado – onde havia um clone da Amy Winehouse servindo na padaria. Não era exatamente clone... a mulher não era igualzinha a Amy, mas você olhava e sentia uma coceira no topo da cabeça... dava meio que uma agonia na gente.Bom, ignoramos a criatura e compramos o que queríamos. Quando estávamos no caixa, resolveu cair a maior chuva do mundo. Chuva grossa, com trovão, raio e transformador elétrico estourando no poste. Claro que se formou um aglomerado de gente na porta do mercado, esperando condição melhor para sair, mas nisso, uma moça que tinha pressa pôs duas sacolinhas do mercado na cabeça (parecia um chapéu de cozinheiro) e saiu correndo pelo meio da Santos naqueles trajes. Tirando a crise de riso, tudo normal: ela fez aquilo para ir pela chuva. O negócio é que uma outra mulher (que eu juro: era o Chico César, com direito inclusive a seu penteado de cebola), mas, então, essa outra mulher pôs uma sacola na cabeça e ficou andando pelo mercado, onde, obviamente, não chovia.

Desolados com a última cena, voltamos para casa... na chuva mesmo, antes que aparecesse alguém igual ao Felipe Dylon com um macaco proboscis dançarino de tango.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Burbujas de amor, parte II

O anão de terno da Mari Sueca deixou horriveis sequelas. Entre elas, me fez pensar no fim do mundo, no cancelamento da cerimonia do Globo de Ouro, no Rally Dakar e no começo de mais uma ediçao do Big Brother, como grandes prenuncios do apocalipse, ou seja, tem alguma coisa muito errada com 2008... (Eu nao vi esse ano nenhuma prediçao de astrólogos do fantástico, nem ninguem usou branco no reveillon perto de mim, então estou fabricando algumas prediçoes eu mesma...)

O anão de terno da sueca também me deu interessantes estalos, sobre a integraçao cultural latinoamericana(escrevo sem til pq fazer o comando do til é muito complexo. esse teclado do capeta nao tem til e tem umas coisas desse naipe, ó ¡¡¡¿¿¿¿¿) . Nas minhas viagens, eu descobri que Roberto Carlos, o rei, é rei também em diversas partes do mundo ibérico e chegou a ter várias aparições na TV espanhola. É capaz de causar furor em tiazinhas mexicanas com o mesmo poder de fogo que o faz com as donas brasileiras. Sim, ele é terrível. (ou terrivel era o Erasmo?). CAusou furor em alguns círculos familiares meus conhecidos também o fato de todo o especial de natal deste ano de RC estar no youtube... e isso foi bem bizarro!
Presentinho I: Detalles, de RC, em espanhol. Ou Robertão e seu cachimbo...


http://www.youtube.com/watch?v=NmeVv8fm6dg

Os hits hispanicos impulsionados por musica brasileira têm direito até a uma versão da cançao-sensaçao de 96, a boquinha da garrafa - boquita de la botella, com direito a traduçao de letra (¡¡¡!!!), que consegue ser peor que o original, de mais explícito...
EL BAILE DE LA BOTELLA

Me dicen que cuando ella baila te agarra y te aprieta de verdad. Me dicen que cuando ella baila te agarra y te aprieta de verdad. Pero ahora se agarró a la botella, yo no sé que hacer con ella y no para de bailar. Ahora me dejó por la botella, y no sé que hacer con ella no me puedo ni acercar. Y se pega a la boquita e' la botella En la boca e' la botella. Baja encima e' la boquita e' la botella En la boca e' la botella. Baja más, baja más, un poquito. Baja más, baja más, despacito. Baja más, baja más, un poquito. Baja más, baja más, despacito. Va saliendo de la boca e' la botella. La boquita e' la botella. Va subiendo por la boca e' la botella. La boquita e' la botella. Sube más, sube más, un poquito. Sube más, sube más, despacito. Sube más, sube más, un poquito. Sube más, sube más, despacito. A ella le gusta el jala, jala. Y moviendo las caderas solo piensa en bailar. Si, le gusta el jala, jala, vió la boca e' la botella y ya no puede parar. Si a ella le gusta el jala, jala. Ta' moviendo las caderas no me puedo ni acercar. Si, le gusta el jala, jala, vió la boca e' la botella y ya no puede parar. REPITE TODO.

Por fim, Burbujas de amor. Borbulhas de amor é um clássico. Foi até trilha sonora de novela, muito bem cantada nasalmente pelo admirável cearense Raimundo Fagner. Mal sabiam voces que era, na verdade, sucesso do musico dominicano, Juan Luis Guerra, um dos maiores vende-discos de bolero e demais ritmos melosos caribeños. Fagner fez muito bem em tirar o irritante refrazinho ayayayay-mariachi-com-dor-de-barriga e fez a música muito menos indecente trocando "mojado en ti" por "dentro de ti", que nos remete menos a fluidos... (o clipe, que é genial, colocarei o link abaixo), coloca os amantes em situaçao de chuva, pra disfarçar um pouquinho e esfriar os ardores das paixões... bem.. vejam vocês mesmos...


http://www.youtube.com/watch?v=kQPpe_TEtXQ


terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Problemas com nomes no país cor de brasa

Ontem, no ônibus, voltando das minhas eternas pesquisas com as classes menos abastadas desse meu Brasil varonil, pego de ouvido:
- “Mas a esposa do Elvis é uma vagabunda!”
- “Vaca mesmo, onde já si viu fazer aquilo com alguém que deu tudo para ela”
Já pasmo, pensando na esposa de Elvis, que, calculo eu, chame Rita Pavone, começo a pensar nas mazelas da nomenclatura nacional:
O ônibus saia da Rua Augusta – cuja última coisa relacionada à pureza do nome acontecida foi o prefeito Kassab (doravante “A Fechadeira”) ter emparedado todas as casas para relaxamento dos solitários – e ia para o Parque D. Pedro II – que, de imperador ilustrado, passou a ser uma espécie de feira fedida que vende absolutamente tudo aquilo que possa agregar pó e insalubridade a nossa existência, além de ponto do famigerado maior terminal de ônibus do país. Aliás, São Paulo também já foi um soldado romano que andava com seu vistoso espadão pela aí e hoje é a cidade pinto-pequeno: se orgulha de ter o maior tudo do país só para compensar.
É, senhores, temos prevaricado com o nome... meu cabeleireiro chama-se Michael e a bicha é hétera, além de não gostar de Thriller, a Rua da Alegria, no Brás, é cinza e xexelenta, a Estação da Luz é escura horrores desde que construíram um subsolo nela e assim vai.E, só por que este não podia faltar, eu trabalhei com uma moça em um buffet infantil chamada Elis Regina. A infeliz era fanha e mãe solteira!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Cafonice

Devo confessar que tenho uma certa admiração pelo cafona. Eu até escrevo de um jeito cafona. E não só o brega estiloso-descolado-cool, mas também aquele cafonão ligeiramente embaraçoso, tipo miniaturas de gesso vagabundo compradas em lojinhas de 1,99.

Isso é só um pretexto para eu postar aqui a lista de tudo o que é cafona, kitsch e brega no mundo. Vale tudo: do concreto ao abstrato.

(A idéia não é minha e a lista conta com contribuições alheias. Sintam-se à vontade pra adicionar o que quiserem a ela)


1- Estrogonofe

2- Casamento da prima

3- Formatura

4- Cheiro de rosa

5- Futons

6- Intercâmbio na austrália

7- Miami

8- Pétalas de rosa

9- Loiro platinado

10- Baunilha

11- Legging

12- Natal

13- Homem careca no conversível importado

14- Fanta

15- Tatuagem de henna

16- Piercing no umbigo

17- Dourado

18- Calça corsário

19- Curtir fossa

20- Cacatuas de cristal

21- Sovacos

22- Tango

23- Serenata

24- Morumbi

25- Champanhe, lógico.


quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Feliz Ano da Batata

Homenagem à Sra. Batata, cuja permanência breve
não diminuiu o júbilo que nos trazia o seu sorriso.


Após um ano de negociações intensas por um mundo melhor, a ONU decidiu que 2008 será o Ano Internacional da Batata. Muito sério, com direito a hotsite (http://www.potato2008.org/). Ora, não me surpreende nem um pouco; afinal, se lá no oriente dedicam-se os anos a ratos e porcos, cá no ocidente os dedicamos aos simpáticos tubérculos. Além disso, a batata merece. Associada no imaginário coletivo a imagens de opressão, massificação e mediocridade (descascar batata no porão, ir plantar batatas, etc), ela é exatamente o oposto e se enquadra direitinho às nossas esperanças neste milênio - a batata é uma lição de democracia, simplicidade e criatividade: além de ser global, ela se desdobra em numerosas variedades, e pode ser preparada das mais variadas maneiras - frita, cozida, na salada, purê, na sopa, assada, em bolinhos, ao microondas, e por aí vai.

2004 foi o ano do arroz, 2008 será o da batata, e ainda há muitos vegetais virtuosos a quem poderíamos dedicar os anos vindouros; 2009, porém, não será de nenhum deles. Lançarei uma campanha para que 2009 seja o Ano Internacional do Ovo. O ovo, obra de arte do design divino, andou passando maus bocados nas mãos dos modismos alimentícios (ovo em excesso faz mal mesmo, lógico, o que não faz? Experimenta encher o cu de batata pra ver o q acontece). Mas ele deu a volta por cima e provou o seu valor; ganhou até um dia mundial em sua homenagem. Veja quantos nutrientes há em um ovo:

quantidade
por ovo

% que um ovo contribui para necessidade total
diária recomendada
90kcal energia
3,00
7,50g proteínas
13,90
6,66g gordura
6,70
0,20mg vitamina B2
11,00
2,04mg niacina
10,20
15ug ácido fólico
7,50
1,02ug vitamina B12
51,00
96ug vitamina A
9,60
1,05ug vitamina D
21,00
0,96ug vitamina E
8,00
12,12ug biotina
40,40
1,32mg ferro
13,20
12ug iodo
8,60
0,90mg zinco
6,00
118,20mg fósforo
14,80
9,60ug selenio
13,70

Fonte: Universidade Federal de Lavras



O ovo também respeita as diferenças (pode ser de avestruz, codorna, galinha - de granja ou caipira) e contribui para a pluralidade na culinária (ovos fritos, cozidos, pouchet, na salada, nos bolos e na omelete). Por isso, vamos fazer com que as nossas vozes cheguem até as acirradas assembléias da ONU. E, se justiça for feita, no próximo Reveillon comemoraremos o início de uma nova era com uma bela omelete de batatas.