terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A angústia do pônei



O mundo precisa saber: pôneis são seres infelizes. E isto é evidente, tanto quanto é inexorável. O pônei não é um cavalo em miniatura; ele é um cavalinho gordo, com as perninhas curtas. Ele é um cavalo completamente despido da dignidade de ser um cavalo. Na verdade, o pônei é uma violência contra o cavalo. Ele é a expressão mais pura da obsessão ocidental pela dominação da natureza. Pega-se o cavalo, essa fonte de força, vigor, beleza e potência, praticamente uma criatura mítica sobre a Terra, e tenta-se aprisioná-lo numa miniatura. Tolos. O que se conseguiu não foi dominar o cavalo - foi criar o pônei. E veja se o pônei pode ser mítico. Coitado.

Não há a menor chance de o pônei ser feliz, muito embora coma da alfafa mais tenra e cavalgue o capim mais fofo. Aliás, o pônei sequer cavalga. Geralmente, sua existência está atrelada a funções constrangedoras, como carregar em seu lombo criancinhas eufóricas.

O pior é que o pônei sabe de tudo isso. Dá pra ver nos olhos dele, e na sua cara de "sim, sou um pônei, e daí?". Ele tem consciência da sua condição, e sofre. Mas a nossa sociedade é insensível à sua angústia, e perpetua o ciclo do sofrimento: continua criando pôneis, e, pasmem, mini-pôneis. Sobre estes últimos não ouso tecer sequer um comentário.

O grande Criador, que tem um ótimo senso de oportunidade, observa tudo isso com um sorriso sarcástico. Ele já sabe o que fazer para expurgar os pecados daqueles que forem maus nesta vida. Na próxima, virão ao mundo todos como pôneis.

3 comentários:

Kim disse...

Gente, agora entendi porque o breno sempre quis um pônei.

Anônimo disse...

Hahuhuhuha

Quero cavalgar livre pela pradaria, oras

Anônimo disse...

Ta dificil descobrir quem na foto é o pônei.