Ontem, no ônibus, voltando das minhas eternas pesquisas com as classes menos abastadas desse meu Brasil varonil, pego de ouvido:
- “Mas a esposa do Elvis é uma vagabunda!”
- “Vaca mesmo, onde já si viu fazer aquilo com alguém que deu tudo para ela”
Já pasmo, pensando na esposa de Elvis, que, calculo eu, chame Rita Pavone, começo a pensar nas mazelas da nomenclatura nacional:
O ônibus saia da Rua Augusta – cuja última coisa relacionada à pureza do nome acontecida foi o prefeito Kassab (doravante “A Fechadeira”) ter emparedado todas as casas para relaxamento dos solitários – e ia para o Parque D. Pedro II – que, de imperador ilustrado, passou a ser uma espécie de feira fedida que vende absolutamente tudo aquilo que possa agregar pó e insalubridade a nossa existência, além de ponto do famigerado maior terminal de ônibus do país. Aliás, São Paulo também já foi um soldado romano que andava com seu vistoso espadão pela aí e hoje é a cidade pinto-pequeno: se orgulha de ter o maior tudo do país só para compensar.
É, senhores, temos prevaricado com o nome... meu cabeleireiro chama-se Michael e a bicha é hétera, além de não gostar de Thriller, a Rua da Alegria, no Brás, é cinza e xexelenta, a Estação da Luz é escura horrores desde que construíram um subsolo nela e assim vai.E, só por que este não podia faltar, eu trabalhei com uma moça em um buffet infantil chamada Elis Regina. A infeliz era fanha e mãe solteira!
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5 comentários:
Mas afinal, o q tinha feito a esposa do Elvis??
Hahaha, amei a Elis Regina fanha! Bonitas as ironias.
Ah, quanto à esposa do Elvis: chamava-se Priscilla.
Priscilla, vem do latim, priscus, que significa velho.
Momento caixa de Sucrilhos.
Priscus parece Friskas.
Vocês andam fumando muita maconha.
Brincadeira. Texto interessante. Posso ouvi-lo ditando este relato, Breno.
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